domingo, 29 de abril de 2012

Caminhões-pipa atendem menos de 14% da demanda no Ceará

Escassez
Os recursos não chegam, prejudicando populações afetadas pela seca. Governo Federal anunciou reforço na Operação Pipa. Defesa Civil recebeu decretos de situação de emergência de sete municípios do Estado

Apesar da falta de chuvas, a Operação Pipa, executada pelo Exército Brasileiro, está atendendo apenas onze de 80 municípios previstos. São eles: Alto Santo, Aracati, Cascavel, Caucaia, Choró, Itaiçaba, Itapipoca, Jaguaruana, Palhano, Russas e Tabuleiro do Norte. Ou seja, a Operação tem atendido pouco menos de 14% da demanda. Em 69 cidades, as atividades estão suspensas, no aguardo do envio de recursos, segundo a 10ª Região Militar.

Em outubro do ano passado, O POVO mostrou, na série “Água: Vida no Sertão” que a Operação funcionava com 30% do previsto, em 42 municípios. Em outubro de 2010, 79 cidades estavam sendo cobertas pela Operação no Ceará.

O Ministério da Integração Nacional informou, por meio da assessoria de imprensa, que os recursos são repassados de acordo com solicitação do Ministério da Defesa, em nome do Exército, com base no plano de trabalho apresentado.

Ainda segundo o Ministério, em 2012 foram enviados pouco mais de R$ 69 milhões para o Exército executar distribuição de água potável no semiárido brasileiro, por meio de carros-pipa.

O Governo Federal anunciou na última segunda-feira que outros R$ 164 milhões serão aplicados na Operação Pipa, que deve ser reforçada nos próximos seis meses.

Até o fim da tarde de sexta-feira, sete municípios cearenses haviam informado à Defesa Civil Estadual, oficialmente, a situação de emergência por causa da estiagem: Choró, Boa Viagem, Ibaretama, Iracema, Milhã, Quiterianópolis e Solonópole.

Outros municípios decretaram a situação de emergência, mas ainda não enviaram os documentos à Defesa Civil Estadual, segundo o órgão. São eles: Canindé, Tamboril, Quixeramobim e Tauá.


Viver sem água

A água que não chega faz falta no distrito de Algodões, em Quiterianópolis, no Sertão dos Inhamuns. Por lá, as perda na agricultura foi total, segundo o sindicato dos trabalhadores rurais da cidade.

“Não tem mais solução, nem se chover. Já falta água até para os animais”, conta o agricultor Leandro Cavalcante. Segundo ele, poucas casas no distrito têm cisternas. “Foram muito mal distribuídas. E a água que chega é de péssima qualidade”, aponta. Segundo Leandro, na localidade de Santa Maria, os moradores passam até oito dias sem que a água chegue (Thiago Mendes).thiagomendes@opovo.com.br

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